domingo, 19 de julho de 2009

Máquina de pinball

Flávio Carneiro é um grande professor e crítico literário brasileiro, além de escritor. Já o ouvi na 12ª Jornada Nacional de Literatura, evento em que ele disse não gostar de falar mal de livro algum, portanto, somente faz críticas positivas.

Eu achei isso realmente interessante. Escrevi neste blog, até agora, sobre livros que li e gostei. Entretanto, sinto-me na obrigação de fazer um alerta aos leitores, fazer uma "desindicação", uma indicação de livro para não ser lido.
Trata-se do "livro" (entre aspas porque o objeto não corresponde à significação da palavra) Máquina de pinball, de Clarah Averbuck.

É ruim porque não tem história, não tem enredo, somente uma personagem mal construída que se comporta de maneira tão óbvia quanto dizer que a chuva molha. Além de a linguagem ser extremamente chula, sem cuidado nem trabalho. Parece um vômito de palavras, um desabafo de uma menininha irritada e sem nada de interessante pra fazer, dizer, escrever. Do início ao fim ela enrola, salientando que preenche seu tempo usando e abusando de drogas, transando por transar, ouvindo rock... Enfim, uma menina que pode ser classificada como vazia e supérflua, irritada e tentando manter uma pose de legal e moderninha.

Talvez isso seja o retrato de uma geração perdida em suas comodidades. Clarah é filha de um dos músicos do espetáculo Tangos e tragédias, portanto, tem (ou teve) acesso à cultura e tem (ou teve) dinheiro. Ela própria diz, ao final do livro, que qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. Eu tenho pena dela.

Lamentável.

4 comentários:

Cassiano Dal Pizzol disse...

quanto veneno!

:p

Maria disse...

Ela escreve um blog... Talvez devesse ter deixado as palavras do livro estritamente escritas no mundo virtual mesmo...

Cassiano Dal Pizzol disse...

Bem, justamente porque eu escrevo num blog que eu deixo as minhas palavras apenas no virtual mesmo.

cobrar para lerem o que eu escrevo seria petulância!

Diogo da Costa Rufatto disse...

não é desculpa.

A Indigo começou sua carreira escrevendo em blogs super engraçados, e escreve livros super bem. É preciso saber diferenciar. A Clarah não soube.

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