sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Duna

Lembro de quando eu era pequeno, cerca de oito ou nove anos, assisti um seriado estranho na televisão. Um gordo gargalhava enquanto falava de seus planos para erradicar os seus inimigos. Lembro de ver enormes máquinas andando na areia e uma minhoca gigante engolindo a tal máquina. Não vi muito além disto mas o pouco que vi marcou a ferro e fogo em minha mente aquela imagem do planeta desértico.

Alguns anos depois, já na faculdade acabei descobrindo mais sobre aquele seriado que na verdade era um filme muito grande cortado em capítulos para ser exibido para o público Duna de David Lynch foi uma obra prima do cinema de ficção. A minha surpresa maior foi descobrir que o tal filme era na verdade a adaptação de um livro homônimo que infelizmente não existia na biblioteca local.

Com o passar dos anos (e o advento da internet) acabei encontrando muito material sobre o filme e os livros que compunham a saga de Paul Muad´Dib e devo confessar que conhecia muito da história senão toda ela já a algum tempo. Isto e os diversos jogos da série, refilmagens e DVDs me mantiveram ocupado durante muitos anos  porém jamais havia encontrado o livro em questão. Até este ano.

Cansado de ficar esperando uma reedição do livro original importei uma cópia pela Amazon, respirei fundo e comecei a leitura. Esperava uma leitura difícil por diversos motivos, o primeiro a lingua. Por haver importado o livro teria de desfrutar do mesmo em inglês, não que houvesse problemas na compreensão da língua mas porque Duna é recheado de termos próprios: lasgun, fremen, weirding, shai-hulud, kwisatz haderach. E isto só para citar os mais comuns! Isto e um universo inteiro para ser conhecido faziam da leitura deste livro um desafio pessoal.

A leitura do livro foi muito mais simples do que o esperado. Em três semanas, talvez menos eu devorei as mais de quinhentas páginas do livro que merece sem sombra de dúvidas o título que é alardeado aos quatro cantos como uma obra de arte da ficção científica. Uma história concisa, com poucos ou nenhuma "corcova" de história o livro se desenrola em um ritmo acelerado até o fim. Os termos diferentes, que achei que iriam me atrapalhar, deram uma profundidade e uma veracidade sem igual ao texto. Após os primeiros capítulos já estava tão acostumado com os termos "técnicos" que já havia dispensado o glossário que havia ao final do livro. Entretanto, e isto tem que ficar bem claro, eu já era um conhecedor do universo de Duna antes de ler o livro. Acredito que para um leigo no assunto estes termos podem ainda causar algum incomodo.

Devo fazer uma ressalva, entretanto, ao estilo de Herbert. Ele é preguiçoso na descrição de escaramuças.
Não existem batalhas no livro!
E estamos falando de um livro que narra as lutas de um homem para retomar seu lugar como líder de uma das casas maiores. Em momento algum as batalhas são narradas ou descritas, elas sempre aparecem pouco antes de começar e minutos após o termino, com as pessoas lidando com o resultado do que aconteceu. Isto me frustrou um pouco, eu confesso.

Sobre o livro, bem... A encadernação dele me lembra os livros que eram vendidos no já falecido "círculo do livro". Capa dura, sobre capa protegendo a capa principal e uma lombada que só vai se quebrar se alguém ficar pulando em cima dele, muito diferente da maior parte dos livros vendidos no Brasil que são frágeis e, na maior parte, mal encadernados.

Já estou começando a contar os dias para encomendar a continuação desta história ou esperar que alguma editora tupiniquim de bem com a vida publique todos os seis livros da série novamente. Terão um comprador, isto eu garanto!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Como executar uma vingança bem feita.

Findei a leitura do nosso livro do tri... digo semestre. Como nosso hipotético leitor deve lembrar, nosso livro é "O Conde de Monte Cristo" do renomado autor Alexandre Dumas. Antes de chegar ao ponto de listar as minhas impressões sobre o livro acho que é prudente e até necessário que eu fale um pouco sobre as expectativas do livro.

Uma das primeiras lembranças de filme é assistir com meus pais o Conde de Monte Cristo na televisão e, pelo tempo e a idade que eu tinha na época, acredito que fosse a versão filmada com Richard Chamberlain. Pois bem, lembrava de uma aventura bem capa-e-espada com piruetas e um duelo final e alguma coisa sobre o herói terminar com a mocinha. Lembro-me também da plenitude da vingança do jovem Edmond Dantés em cima de seu algoz que via de regra morre no final. Típica trama holliwoodiana.
Chamberlein e o bigodinho

Tendo este histórico nada poderia me tirar do livro antes do seu fim. Dito e feito li o livro de bate pronto.
Bem...

O mais bate - pronto que um livro de mais de 1300 páginas pode ser lido quando se trabalha, estuda e namora ao mesmo tempo pode fazer sem desmerecer nenhum aspecto de sua vida. Devo alertar meu hipotético leitor de que vou assumir que você saiba a história do Conde de Monte Cristo. Seja por ler a obra, resumo ou mesmo por ver um dos inúmeros filmes pois não vou fazer um resumo da trama. Dado o aviso, vamos adiante.

O livro apresenta a história de um pacato e um tanto quanto obtuso marinheiro, Edmond Dantès, que voltava após meses para encontrar-se com sua amada Mercedes (a garota, não o carro). Desnecessário dizer que ele atraiu a atenção de alguns tipos dos mais vis. O invejoso, o inescrupuloso, o ciumento e o apático. Todos por um motivo ou outro fizeram com que Dantès fosse para a prisão e lá passasse a sua juventude toda (13 anos, amiguinhos!). Graças ao acaso e a um abade maluco com mania de toupeira Dantès descobriu o que aconteceu consigo e começou a tramar uma vingança. Quando digo graças eu falo que, casualmente, o prisioneiro da cela ao lado tinha acesso a um tesouro riquíssimo e sem dono além de ser o possuidor de uma das mentes mais brilhantes que já andaram sobre a terra.

De posse do tesouro e dos ensinamentos do dito abade (além é claro de uma carta saída livre da prisão) Dantès pode tramar a vingança e a retribuição que todos os que lhe traíram mereciam. Personificando várias pessoas diferentes, entre elas o personagem que dá título ao livro, ele começa a minar cada um dos pobres coitados que o atacaram. Diferente dos filmes onde Dantès se vingava apenas de um (normalmente de Fernand) no livro ele se vingou de todos os culpados, e de suas famílias e de seus criados (em alguns casos) e acredito que até os conhecidos tenham sentido o gosto da vingança no fim da história uma vez que a rotina de todos foi alterada.

É claro que nem tudo são rosas para o nobre Conde. Em diversos momentos ele se viu tendo que alterar seus planos pois, por mais que houvesse uma vontade resoluta de vingança ele ainda se importava com os seus mais próximos. As seqüencias finais quando as maquinações que ele havia começado começam a frutificar me deram aquele prazer que se tem quando um plano complexo dá certo. Confesso que vibrava ou mesmo ria alto ao ver o resultado de uma maquinação que havia sido começada muitas centenas de páginas antes (a vingança contra Morcef e Danglars foi particularmente cruel).

Posso dizer que foi uma leitura prazerosa em quase 100% dela. Tirando a interminável seqüencia veneziana o livro mantém um ritmo gostoso e a curiosidade sobre o próximo capítulo alta. Fica a ressalva que, um pouco de conhecimento prévio sobre a França e o período pós-napoleônico podem ajudar na compreensão de algumas sub-tramas mas nada que afete a leitura. É com certeza um livro que eu lí, e recomendo.
Fica entretanto a dúvida. De onde os produtores de filmes tiraram a história para o que filmaram? Tirando a prisão e a Mercedes a maior parte das histórias é muito diferente do que eu encontrei no livro!

Fica também a dica para quem quiser adquirir o livro a Jorge Zahar Editor fez um grande trabalho na edição enchendo de notas principalmente sobre as sub tramas políticas do livro e uma nova tradução (que não posso julgar pois não entendo lhufas de francês). É uma aquisição que fiz e não me arrependo!

sábado, 3 de outubro de 2009

Cio Mortal

O Inicio do livro é auspicioso, primeiro uma intoxicação alimentar em massa num jantar que antecede um grande evento turfístico, no dia posterior momentos antes da largada da corrida uma explosão num camarote causa varias mortes, em ambos os eventos o chef Max Moreton era o encarregado das refeições.

O cozinheiro é processado pela comissão alimentar do condado e descobre, através do exame de varias das pessoas intoxicadas, que existia um ingrediente que não deveria estar ali, então ele começa a investigar quem poderia ter intoxicado tantas pessoas de forma premeditada, em seguida sofre um acidente de carro, que quase é fatal e depois tem a casa incendiada, durante a noite quando ele dormia, este segundo incidente chama a atenção de Max, uma vez que os bombeiros descobrem que o detector de fumaça não estava com bateria e ele tem a certeza de ter colocado a poucos dias a dita bateria.

Neste meio tempo ele se envolve com uma musicista que o processa, ela fazia parte de um quarteto de cordas que tocou no jantar e perdeu a chance de excursionar com uma orquestra sinfônica.

As investigações o levam aos Estados Unidos (a historia se passa na Grã-Bretanha), atrás de informações sobre a empresa que patrocinava o camarote onde houve a explosão, e acaba se encontrando em meio a uma trama que envolve trafico de drogas.

Vamos ao comentário.

Lendo o resumo que fiz devo confessar que parece mais emocionante que a leitura em si, ou seja, a historia em si é boa, apenas padece de ritmo, Dick Francis e seu filho, Felix, enrolam muito e deixam o livro muito lento, definitivamente não estou dando sorte com os últimos volumes da Seleção de Livros, vamos ver se os 3 outros livros do volume são melhores.