sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Filhos do Eden: Herdeiros de Atlântida

Este é o segundo livro do escritor Eduardo Spohr e o primeiro que leio. Trata-se de um livro que se passa naquele que é chamado tanto pelo autor quanto pelos fãs como Sphorverso. Confesso que esta foi uma leitura que comecei temeroso. 

Quem me conhece sabe que não sou muito nada místico nem religioso. Respeito quem o é, mas não guardo em mim muito daquilo que define um homem de fé ou um homem crédulo. Uma vez que a história dos livros deste autor estão intimamente ligadas com fé e anjos fiquei bastante resiliente com a história.Tenho, porém certa admiração pelo autor pois acompanho a "carreira" dele já a alguns anos pelo nerdcast e mesmo pelo blog pessoal dele e, de certa forma, me considero amigo pessoal do rapaz sem nunca ter conversado com ele mais do que 5 minutos na feira do livro do ano passado. E isto, amigo leitor, é o motivo da minha resistência na leitura dos livros. Vai que eu não gosto...

Por sorte, me enganei. Herdeiros de Atlântida é um bom livro. Não um excelente livro entretanto. A história é de um anjo (Kaira) que desapareceu em uma missão junto de seu guarda-costas e depois de dois anos os poderes que podem, leia-se o arcanjo Gabriel,  resolveram que está na hora de descobrir para onde eles foram. Dito isto a história começa a se desfraldar rapidamente. O ritmo é realmente intenso, diria, prendendo o leitor a história e fazendo aquilo a que se propunha o livro, entretenimento.

Capa do Livro, fonte Verus Editora
Os personagens convencem, digo, a maioria deles. Denyel, o segundo protagonista da história não me cativou como os demais mas talvez seja uma falta de identificação com ele. Mesmo ele tendo muitas falhas, nenhuma delas se mostrou a mim como uma falha de caráter ficando assim um personagem, na minha opinião, raso. Os demais personagens entretanto são mais cativantes e mesmo o inimigo pessoal de Kaira é bem construído.

O livro em questão foi feito para fazer parte de um grupo de livros, trilogia pelo que o autor fala. E por isto tem histórias paralelas que não se resolvem satisfatoriamente. Veremos como a história prossegue nos próximos capítulos, literalmente!

Quanto ao livro, mantendo o padrão editorial brasileiro o livro não inova mas também não peca. Uma capa que na minha opinião é bonita e segue, de certa forma, o padrão do primeiro livro autor. Como tenho a primeira edição acabei encontrando alguns erros gráficos ou de grafia, palavras que faltam letras ou mesmo grafias erradas para algumas outras. Nada que comprometa e provavelmente que serão corrigidas em edições posteriores.

Finalizando. O livro vale a leitura, não acredito que irá mudar a vida de alguém mas com certeza vai fazer você perder um bom tempo (no melhor sentido de "perder tempo")

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Camelot 3000

Dando continuidade a minha "sede" por histórias de capa e espada eis minha "resenha" sobre Camelot 3000.

Para contextualização, nos idos da década de 80 os quadrinhos nos EUA estavam em baixa. Tentando se reinventar e não tendo mais nada para publicar (diferente de heróis, quero dizer) a DC comics deu sinal verde para a produção de Camelot 3000 em um sistema de venda direta através de comic shops. Isto é, os consumidores iam diretamente aos revendedores e encomendavam em um sistema parecido com pré-venda começando assim o sistema que hoje em dia é a regra por lá.

Eu tive contato com esta história, originalmente quero dizer, quando ela foi publicada no Brasil na metade da dita década. Li na casa de um parente numa semana de férias que tirei por lá e nunca esqueci da história. Anos depois tentei encontrar todos os volumes dela (em formatinho mesmo) mas o negócio era difícil de achar em bom estado. Anos depois soube que ela havia sido lançada em uma mini série em quatro edições mas isto já não interessava mais pois também havia encontrado a nova edição que a Panini havia lançado. Em capa dura e papel de qualidade (além dos obrigatórios extras) pude finalmente ler a tão aclamada série.

Uma bela releitura da história clássica de Arthur e muito diferente das minhas ultimas leituras esta história mostra um rei mais mistico e uma magia mais real e, como o título já evoca, tecnologia. A história, sem entrar em detalhes desnecessários, gira em torno da necessidade do rei Arthur voltar a defender a Inglaterra do perigo iminente. Tirando o fato de termos alienígenas e não saxões ela segue a história do herói muito bem. 

Traições, dramas (inclusive um problema com homossexualidade vindo direto das paginas dos quadrinhos da década de 80) e reviravoltas em uma história que me prendeu bastante aos quadrinhos. Conclamo os confrades a deixarem de lado quaisquer preconceitos com quadrinhos que possam ter e tentem ler este. É interessante ressaltar o relacionamento entre os cavaleiros e como eles voltam a cena histórica. É um bom "tempo perdido" e uma leitura muito recomendada.

Sobre a edição. Capa dura, papel de qualidade e impressão bem feita. Tem ainda um documentário sobre a construção da história.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Excalibur

Criando um pouco de vergonha na cara vamos terminar agora a minha opinião sobre o último livro das crônicas arturianas de Bernard Corwell.

Caso você não lembre dos outros livros (ok, pelo tempo que eu demorei para escrever esta resenha sobre um livro que eu terminei de ler em janeiro até eu não lembro mais deles) é só clicar no marcador Bernard Cornewell.

Sobre o livro... A história continua seu rumo e o autor tenta fechar a maior parte das histórias que ficaram em aberto. Confesso que o início do livro, até mais ou menos a metade compensam por toda a lenga-lenga do segundo. A partir daí é ladeira a baixo.

Tudo bem, o autor tem que terminar as histórias que começa mas daí a deixar um sentimento de "britânia" vazia também é complicado. Ele dá uma melhorada nos últimos capítulos, pouco antes da partida de Arthur. Não vou considerar a partida dele um spoiler pois é um fato conhecido que ele é ferido por Mordred em um embate mortal e parte para Avalon. E cá entre nós, isto é o final. O que realmente importa em histórias como esta é o como se chega lá. 

De uma maneira geral, todos os personagens tem um final, alguns mais dignos do que outros. É interessante notar como o autor amarrou coisas que passariam despercebidas na leitura do primeiro volume. Inclusive a explicação do porque Derfel é maneta é muito boa. Como romance de fechamento poderia dar uma nota 7. Sendo o primeiro livro um 9 e o segundo um 8 (apenas a título de comparação). Ficaram ao final do livro muitos elementos em aberto ainda, talvez tenha sido intenção do autor, talvez não, mas acho que um epilogo antes do capítulo final iria ser legal. 

Quanto a mídia do livro, mantém a qualidade dos anteriores.

Enquanto trilogia. Vale muito a pena a leitura de todos.Os combates, as histórias entre os personagens, tudo esmiuçado e bem detalhado. Com certeza irei atrás de outros títulos do autor. 

sábado, 18 de junho de 2011

Orlando

Confesso que, das obras que já li de Virginia Woolf (Mrs. Dallaway e As ondas e alguns contos) Orlando foi a primeira que senti que de fato dialoguei com. Creio que não estivesse preparado, ou não estivesse disposto anteriormente. Torna-se, agora, urgente a releitura das já citadas e a leitura das outras. Porque Virginia exige muito do leitor. Mas o recompensa mais ainda!

Escrevo isso não para assustar o eventual leitor deste blog, mas para alertá-lo de que, se alguma vez tentou ler essa curiosa britânica e a experiência não foi tão positiva, por favor, não desista, espere um tempo, leia outras coisas e tente outra vez. Porque Orlando é uma obra-prima!

Orlando é uma personagem angustiada porque não se encaixa na sociedade, em momento algum, pois vive durante séculos e passa por inúmeras transformações - a maior delas é a mudança de sexo. Orlando tenta se adaptar ao convívio social, a normas, a regras, e tenta se adaptar ao seu corpo, primeiro de homem e depois de mulher, e às suas vontades e desejos. Há sutis críticas à "evolução" dos costumes sociais, e à falta de liberdade que essa forma de convívio traz aos seres humanos.

Orlando foi homem, Orlando foi mulher, e viveu por muitos séculos. Orlando teve muitos "eus". Mas nunca obteve sucesso em "ser".

terça-feira, 29 de março de 2011

A metamorfose

Li, desta vez, A metamorfose, de Franz Kafka.
Creio que o enredo seja de conhecimento geral, mesmo assim aqui vai um resumo: dada manhã, Gregor Samsa acorda metamorfoseado num asqueroso inseto. Á princípio, consegue ao menos comunicar-se como humano, mas até isso muda com o passar do tempo. Sua família passa a ter que conviver com esse estranho ser dentro de casa, até ao ponto em que não suportam tamanha provação. Gregor, então, recolhe-se ao seu quarto e morre.

Gostaria de fazer pequenos apontamentos:
- Chamou-me bastante a atenção o nome Samsa. Será mera coincidência a semelhança com Samsara (informem-se)?
- A metamorfose de Gregor nunca é, ao meu ver, totalmente efetivada, uma vez que, até o instante em que ele morre, consegue compreender a linguagem humana, apesar de não conseguir se enunciar através dela.
- O título é interessantíssimo, pois não se trata somente da transformação de um homem em um inseto asqueroso, com toda a simbologia que isso traz consigo, mas também da transformação dos membros de sua família que, de início escorados nos esforços da força de trabalho de Gregor para garantir seu sustento, passam a buscar trabalhos e novos sentidos para suas existências.
- Interessante pensar na perspectiva de que alguém, mesmo sendo humano, sendo diferente do padrão é motivo de vergonha e desgraça para os outros, e por isso se isola do convívio social. Precisa ser assim?
- Também interessante pensar que, ao ter sua animalidade revelada a olhos nus, Gregor perde sua identidade e passa a viver confinado num quarto, sendo cuidado, porém esse cuidado está claramente travestido em vigilância.
- Por que será que é uma empregada, já velha e construída pelos anos de trabalho, a única que não sente nojo e desprezo de Gregor? Por que ela, ao final, é quem percebe e transmite a notícia da morte da criatura, libertando a todos do sufrágio?
- Tem, Gregor, culpa de sua metamorfose?

Boas reflexões. Ah, e boa leitura!

sábado, 26 de março de 2011

Noite - Érico Verissimo

Desconhecido é como se refere o narrador ao protagonista dessa novela do bom e velho Erico.

Desconhecido porque é alguém estranho, mas não estranho no sentido de excêntrico, já que o personagem é somente um homem de meia idade engolido por uma cidade e uma rotina que o transformam não só em mais um em meio a tantos, como também capturam e se apossam de sua identidade. Estranho porque, sendo tão comum e ordinário, não se dá por conhecer. Do contrário, permanece oculto, inclusive a si próprio. Permanece dentro da noite escura. Escura, mas não vazia. Há maravilhas a serem descobertas pela noite, mas também perigos - qualquer semelhança com o ics (inconsciente) não é mera coincidência.

Novela curta e construída com lirismo, Noite é a história de uma noite na vida de um homem devassado por um trauma de infância e desgastado pela rotina e pelos costumes tradicionais da vida em uma cidade, muito provavelmente Porto Alegre, a julgar pelo conjunto da obra do escritor. Nessa noite em específico, ele perde a memória, outro motivo para ser simplesmente o Desconhecido. Então, durante essa noite, várias coisas acontecem, enquanto ele procura por si e por sua história.

Não direi se tratar de o melhor do mestre Erico. Ainda assim, é Erico.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Teatro completo

Andei afastado deste blog por boooooooooooooooooooons tempos. Hoje de manhã terminei de ler o Teatro completo, de Hilda Hilst, e coincidentemente recebi um comentário sobre uma de minhas primeiras postagens. Assim, num sei lá, me deu vontade de escrever aqui novamente.

Pois bem, o livro é composto por oito peças teatrais, escritas durante cerca de 3 anos, de 1967 a 1969, ou seja, o ponto alto da ditadura militar brasileira (me recuso a usar letras maiúsculas). Importante ressaltar esse fato, já que pelo menos duas das peças estão escancaradamente ligadas a isso. Ou melhor, em se tratando de HH, não posso dizer escancaradamente. A mulher foi poeta da mais alta estirpe, e se se lançou a escrever teatro, foi porque sentiu essa necessidade - já ouviram\leram a palavra zeitgeist? não? informem-se. Sendo poeta, ah, tive uma ideia, sendo POETA, seu teatro não seria somente dramático, levando seus personagens a representarem conflitos entre si. Transcendendo por cada uma de suas palavras está o lirismo, a subjetividade do eu. Talvez o conflito dessas peças seja basicamente entre o eu e o eu (que faz o ser humano de sua existência torpe?), porém não sem duras críticas aos homens de seu tempo.

Outro fato a ressaltar é a recusa hilstiana de se enquadrar (delimitar) a um gênero. A palavra, a linguagem, são duas coisas majestosas, e a relação com o mundo é tão intensa e complexa e caótica (não, eu não fui descuidado, escrevi mesmo intensa E complexa E caótica, leia mais poesia, estranhado leitor) que um só gênero textual, uma só configuração não são suficientes para a grandeza do talento de HH. Mais importante que contar histórias e representá-las é senti-las, é emocionar-se, é compreender usando o corpo inteiro, é integrar razão e emoção. É por isso que Hilda pega a linguagem e a desdobra, obrigando-nos, leitores, a sentir seu texto. Suas ficções em prosa, posteriores às peças teatrais, estão permeadas de poesia, ou seja, prosa poética, ou seja (é intencional!) os gêneros se misturam, confundem-se e fundem-se num caos organizados pela precisão da pena da Poeta.

Tal é sua ousadia, tal sua magnificência (neologismo? ahn-ahn, consulte um dicionário) que em dado momento de sua carreira literária, munida de seu singular senso de humor, ela resolveu chamar a atenção do público e dos editores com textos pornográficos. Quem consegue unir pornografia e metafísica? A obscena senhora Hilda Hilst.

Mas voltando ao teatro, não colocarei aqui resumo de nenhuma das peças por dois motivos. O primeiro, seria por demais exaustivo, posts de blogs devem ser curtos. O segundo, enredar (dicionário leitor, dicionário...) um texto hilstiano é tarefa hercúlea, e eu não tenho nenhuma pretensão heroística. Pra não parecer preguiçoso, caríssimos leitores, deixo-lhes os nomes das peças: "A empresa", "O rato no muro", "O visitante", "Auto da barca de Camiri", "As aves da noite", "O novo sistema", "O verdugo" e "A morte do patriarca".

Boa leitura!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Exodus

O livro se concentra na historia de 4 pessoas: A Enfermeira Americana Kitty Fremont que chega no inicio da historia a Chipre para trabalhar como voluntaria nos acampamentos onde estão os Judeus sem casa da Europa; A Judia Alemã Karen Clement Hansen, que se salvou do Holocausto ao ser enviado pelo pai, um professor universitário para a Dinamarca onde se refugiou com uma família Cristã; Dov Landau, um Judeu Polonês que viveu no Gueto de Varsóvia e lutou na resistência contra os Nazistas e Ari Ben Canaan Judeu Palestino, as historias dos 4 são contadas em flashback, num ótimo recurso, onde o autor não perde nunca as pontas que vai deixando soltas.

A historia dos 4 se entrecruza quando Kitty conhece Karen no acampamento, se compadece dela e firma amizade ao mesmo tempo chegam da Palestina, então um protetorado Inglês um comando que pretende levar um navio cheio de judeus a Palestina, comando este liderado por Ari Ben Canaan, os palestinos compram um navio velho e o reformam nomeando-o Exodus numa referencia ao segundo livros da Bíblia, Karen e seu grande amigo Dov estão entre os jovens embarcados, surge um bloqueio inglês ao navio que acaba sendo levantado e o navio segue rumo à terra prometida.

A partir da chegada do navio a palestina começa a se contar a historia da fundação do estado de Israel, o livro acaba pouco após a guerra da independência de 1948.

Livro envolvente, confesso que nunca vi o filme baseado neste livro, mas fiquei com muita vontade, o livro tem momentos de riso e choro, com um final muito triste, que prenuncia o imbróglio que vemos ate hoje naquela terra ao mesmo tempo abençoada e amaldiçoada, grande livro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O Inimigo de Deus

Surpreendentemente conseguindo manter uma certa regularidade nos posts do blog vamos ao segundo volume das crônicas arturianas, O Inimigo de Deus.

Depois de um final espetacular no ultimo livro a história continua com Artur ap Uther buscando a paz na Bretanha. Desta vez, tentando eliminar de vez a presença dos saxões no leste. Derfel, por sua vez, acaba conseguindo dar o troco ao pulha do Lancelot. Cá entre nós eu “garrei” nojo do Lancelot e comemorei cada vez que ele era derrotado de uma forma ou de outra. Fica uma menção honrosa ao Cornwell por transformar Lancelot no escroto da sua história. 

No fluxo do livro ele perde um pouco do ritmo no meio. Justamente quando Artur consegue a tão procurada paz. Paz é realmente um saco, ao menos nas histórias quero dizer. A história só ganha ritmo de novo na metade do livro quando um certo conhecido apronta as suas... DE NOVO!

Parafraseando o Merlin deste livro “Se quiser viver para sempre, vire inimigo de Artur”. O cabra que não aprende! É traído, perdoa. Traído de novo pela mesma pessoa, perdoa de novo! Que é isto, um metro de aço no estômago do vivente resolve todo o problema rapaz!

Fora isto, o livro trata muito de intolerância religiosa e, em diversas situações, conseguiu me deixar muito bravo com certos personagens que já na sua introdução mostravam ser escrotos até o talo. Varias revelações, muitos poucos personagens novos e muitas mudanças no status quo. Não empolgou tanto quanto o primeiro, mas, sendo o capítulo do meio era esperado que não fosse tão empolgante. Como falei, a paz em uma história é uma merda. Há também a continuação da história da busca dos artefatos da Bretanha, o que geram situações muito interessantes.

O livro tem, como o anterior uma boa edição e, destaco apenas um item que ficou claro um erro “Artuyr”. Um detalhe interessante na capa, Deus está em minúsculos (ou ao menos aparenta estar). Busquei uma boa imagem da capa no site da editora para poder colocar aqui e não achei. Entretanto encontrei a capa da edição estrangeira. Ponto para a Record. A capa da edição brasileira é muito boa.
Capa Inglesa a esquerda, capa brasileira a direita

Leitura de boa qualidade e recomendadissima! Para quem quiser ver a resenha do livro anterior. Já comecei a leitura do ultimo volume, aguardem um novo post do assunto em breve...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cinco Porquinhos

Hercule Poirot recebe a visita de uma moça chamada Carla Lemarchant, que depois diz que na verdade se chama Caroline Crale, filha de outra Caroline acusada do assassinato do pai da jovem, o famoso pintor Amias Crale, 16 anos antes, a mãe de Carla deixou a ela uma carta jurando inocência e Carla pensa que Poirot é o único capaz de conseguir fazer uma investigação de fatos do passado distante, Poirot como sempre quando seu ego é massageado aceita.

O Pivô do crime teria sido uma jovem de nome Elsa Greer, amante do pintor, Poirot começa suas investigações conversando com os policiais e advogados que atuaram no caso, nenhum deles tem a menor duvida da culpa de Caroline, Poirot então parte para entrevistas as cinco pessoas que estavam na propriedade na data do crime: Phillip Blake, melhor amigo de Amias, seu irmão Meredith Blake, Elsa Dittsham(ex-Greer), Angela Warren, meio irmã de Caroline e a governanta Cecilia Williams.
Poirot começa as visitas as cinco pessoas contando uma historia mirabolante de que estaria escrevendo um livro sobre crimes famosos e convence cada um a fazer uma descrição por escrito de todos os acontecimentos daqueles dias fatais, de posse destas descrições faz uma pergunta a cada um e pede que sejam reunidos na propriedade de Meredith(vizinha a dos acontecimentos) onde desmascara o verdadeiro assassino.

Eu sou suspeito para falar de qualquer livro de Agatha Christie, principalmente quando aparecem Poirot ou Miss Marple, sou fã de carteirinha das obras dela, mas posso dizer que gostei bastante deste livro, no final ela ameaça descambar pois da a impressão que o assassino é uma pessoa que não parece encaixar, mas é apenas um despiste para um literal gran-finale nas 2 ultimas paginas, recomendo.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Harry Potter e as Relíquias da Morte

Todos gostam de ler alguma coisa "simples" de tempos em tempos. O meu mal é Harry Potter.

Li o primeiro por insistência do povo do Mundo da Leitura a uns 10 anos atrás. Pelo nome, pela capa, pelo tema, realmente achava que não iria gostar do livro. Sorte que contendo a minha resistência inicial li o dito cujo. Literatura rápida, meio simplista até. Mas muito gostosa entretanto.
Pronto, a senhora. Rowling havia me enfeitiçado. De lá para cá li todos os livros do "Oleiro maldito" e depois da ultima leitura que fiz, não tendo mais nada para ler  na casa de meus pais, resolvi reler o ultimo volume da série. Ter visto o ultimo filme no cinema há pouco mais de um mês ajudou na escolha também.

O livro em si é inferior aos meus dois prediletos da série (Prisioneiro de Azkaban e Príncipe Mestiço). Demora muito para engrenar e quando engrena parece resolver muitos problemas na base do Deus Ex Machina (não vou entrar em detalhes para não prejudicar um possível futuro leitor). Porém muitas soluções parecem aparecer de uma hora para outra e de forma meio, como direi, frustrante.

Tirando isso, é uma finalização decente para a história. Personagens não são poupados e a morte corre solta ali. Para um livro dito, infantil, é bem sanguinolento. As "cenas" de batalha em Hogwarts são bem excitantes assim como o início do livro com a fuga de Harry e a morte de uma velha amiga.

A edição segue o padrão da Rocco. Nada de excepcional . Entretanto desta vez o título não descasca na mão de quem lê.

Fica uma boa recomendação de leitura para quem não leu ainda. Talvez daqui a uns dez anos eu volte a le-lo novamente.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Rei do Inverno

Este é um daqueles livros que eu havia colocado na minha pilha e estava com medo de começar a ler. Não que eu achasse que ele iria ser ruim mas porque ele é um dos tipos de livro que eu adoro "capa e espada". Na prática ele é definido como "Romance Histórico" porém eu parto do princípio, tem cavaleiros/guerreiros e paredes de escudos então é capa e espada. Dito isto...

Que livro!

Comecei a leitura meio como quem não dá nada, fim de noite um pouco de sono depois de um dia de serviço. Em uma semana li pouco mais que 150 páginas. A virada foi no "recesso natalino" quando fiquei um tanto quanto ocioso. Como diria o Galvão, "ai meu amigo" o negócio foi rápido. Em dois dias terminei o desgranido. Cheguei a sonhar com as cenas de batalha, nada muito preciso só "feelings" da parede de escudos e gritos.

Capa do Livro.
fonte: Editora Record
A história é contada em primeira pessoa por Derfel Cardarn, um saxão criado entre os ingleses e que se torna um lorde destes últimos. A história em si é a de Derfel porém ele é quase um forest gump medieval estando presente em quase todos os eventos da chegada ao poder de Artur. Bem ao menos, até agora foi assim as chamadas "Crônicas de Artur" são três livros.

Entre Merlin, Camelot (Caern Cadarn) e Excalibur a leitura corre rápido e as descrições são na medida do necessário. Deixando um pouco para a imaginação mas ao mesmo tempo não deixando o leitor perdido em fatos ou locais desconhecidos. Quando o livro terminou eu já estava enlouquecido. Tenho certeza de que se o segundo volume estivesse em minhas mãos eu já teria lido ele todo também!

A edição é muito bonita, com um tom prateado na capa e um relevo nas letras. Nenhum erro que eu tenha percebido em tradução ou diagramação. Talvez numa segunda leitura eu perceba isto, mas cá entre nós, não quero procurar. A obra é boa demais para ser tão "cri-cri".

Definitivamente vale uma recomendação e estrelinha na testa. Fico pensando porque não adaptaram este livro para uma série ou filme até agora!