quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Até o dia em que o cão morreu

O que anda ocorrendo com a geração jovem atual?
Falta do que fazer? Comodismo demais? Falta de um ideal pelo qual lutar?

Deixo as perguntas propositadamente sem repostas. E convido você, que está a me ler, a ler o livro Até o dia em que o cão morreu, de Daniel Galera.

História de um jovem que seguiu a risca o script da vida: escola, cursos, esportes, documentos e compromissos etc etc... e se encontra formado na faculdade de Letras, sem emprego e perdido. Isso mesmo, ele se encontra perdido. Sem vontade de nada.

Aparece um cão. E aparece uma mulher. E o resto não vou contar.

Só digo que li o livro em algumas horas, do início ao fim.

Boa leitura!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Água viva

Promoções de livros no Submarino provocam um rombo no meu orçamento... Há um tempo comprei vários livros da Clarice Lispector, Deusa da Literatura Brasileira.
Li Água viva.

O que dizer sobre? É complicado, assim como sua leitura. Somente lendo pra sentir, pra saber. Mas não aconselharia a um leitor iniciante.

A obra nada mais é que um grande poema escrito em forma de prosa com profundas reflexões existencialistas. Na contracapa, está escrito que há uma narradora feminina que escreve para um interlocutor masculino. Discordo. Sim, há uma voz narrativa feminina, mas não diria se tratar de narradora, nem de eu-lírico, mas de uma fusão de ambos. Mas não, não percebi que o interlecutor seja um homem. Minha impressão é de que ela dialoga com um ser indefinido, nem homem nem mulher, talvez nem propriamente um ser humano. Talvez ela esteja dialogando com o Divino. Talvez com o Transcendente. Talvez com, talvez talvez, cada leitor que perceba o seu.

Em uma frase, Água viva é um livro que fala sobre o que há por trás do pensamento.

Já escrevi aqui sobre A paixão segundo G.H., da mesma autora. Livros difíceis, cansativos, sofríveis, mas maravilhosos, essenciais. Livros "re": é preciso relê-los, pois ressignificam, repensam, refazem...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O paraíso é bem bacana

O título da postagem é o mesmo do primeiro romance de André Sant'Anna. O cara promete!

Uma narrativa fragmentada que se entrelaça perfeitamente, com maestria. Múltiplos narradores, múltiplas visões sobre um mesmo personagem profundamente complexo em sua superficialidade. Fluxos de consciência sensacionais. Texto bem humorado e fluido.

Chega de teoria.

Mané é um jogador de futebol promissor. Aquela velha história lugar-comum, menino negro favelado que joga bola como ninguém, é descoberto, levado à Alemanha, enriquece. Mas este menino é primitivo, ignorante, lesado, antissocial e por aí vai..., por ter sido atormentado a vida inteira por seus "amigos".

Enfim, ele se converte ao islamismo e explode uma bomba, querendo ser mártir pra recebe suas 72 virgens no paraíso.

Toda a crítica social e a qualidade literária do texto só desfruta quem lê.