sexta-feira, 27 de março de 2009

Queridinha do Papai

Ao contrario do que faz parecer o titulo esta é uma aventura.
Parece que de tanto que advogado apanha em piada eles resolveram todos escrever aventuras onde advogados são os heróis, este livro é escrito por uma ex-advogada que eu ainda não conhecia.
Aqui temos a historia da advogada Natalie(Nat) Greco, uma especialista em historia do direito que da simpósios sem grande publico na faculdade onde é professora, ela aceita um convite de um colega professor, Angus Holt, para participar de um projeto de direito voluntario em um presídio de, teoricamente, baixa periculosidade, entretanto na primeira ida ao presídio ocorre uma rebelião, Angus é agredido por um detento e Nat sai em busca de auxilio, e acaba tentando ajudar um guarda que esta mortalmente ferido, e que deixa com ela um recado para a esposa , recado este que gerara uma confusão no andamento da aventura e uma reclamação no final deste post, mas voltando, após isto ha uma tentativa de assassinar Nat e Angus em uma estrada, uma acusação contra ela, uma fuga e o indefectível final espetacular protagonizado pela nossa heroína. 
Não tenho dado sorte neste volume de Seleções de Livros, esta tudo invertido, gostei do água com açúcar que abriu o livro, e esta é a segunda aventura do volume e o segundo que achei fraco.

Agora vamos à reclamação, que se destina a Sra. Claudia Costa Guimarães, a tradutora do livro, podia ter sido menos preguiçosa e procurado fazer a tradução do equivoco ter mais sentido em português, vamos a ele:

Nat entende que o guarda deu o recado –Diga que esta embaixo do Taco, após baterem cabeça o livro todo descobre que o recado seria –Diga que esta embaixo do Quatro, na tradução assim feita Nat ficou parecendo a velha surda da praça da alegria porque confundir taco com quatro é meio brabo, em inglês fica mais parecido Under the floor por Under the Four...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Miniconto

Já que faz tempo que ninguém posta nada, posto um miniconto

Criação

No sétimo dia, Deus descansou.
Quando acordou, já era tarde.

Tatiana Blum

segunda-feira, 16 de março de 2009

A Clarissa do tio Erico

Buenas. Antes de explanar a minha opinião acredito que devo contextualizar o leitor dos fatos.

Como dito aqui o autor Erico Veríssimo foi, provavelmente, o autor do primeiro livro que comprei em minha vida e, portanto,  um ídolo na minha infância. Estranhamente nunca havia lido nada mais dele durante todo este tempo e confesso, sem muito orgulho, que normalmente os escritores conterrâneos não são os meus prediletos.

Dito isto, vamos aos fatos.

O livro é chato!

Não apenas chato, ele é maçante! Ele me torturou durante todas as cento e sessenta páginas com uma história enfadonha de uma criança interiorana que passa seus dias dando comida a galinhas, olhando uma criança doente no quintal vizinho e correndo (na maioria das vezes sozinha) pelas árvores do pátio da pensão em que mora.

Durante a leitura tive ganas de lançar o livro à parede por várias vezes pela expectativa criada de que algo fosse acontecer!

  • Clarissa ia à escola.
  • Clarissa voltava da escola.
  • Clarissa ia jantar.
  • Clarissa tomava café da manhã. (volte ao primeiro item)

Porém Clarissa não tinha vontade própria. Perdoem-me os amantes da arte de Erico, não vi alma na pobre garota! Não vi alma nos outros moradores da tal pensão que na maior parte das vezes me lembravam personagens dos meus próprios contos (que nunca serão publicados) todos eles possuidores da profundidade de um pires de uma xícara de café.

Realmente, se os professores resolverem obrigar a leitura deste livro em questão teremos mais um grupo de alunos que provavelmente nunca mais irá ler um livro na vida!

Fica, entretanto, um aspecto positivo. O mesmo autor de Clarissa nos brindou alguns anos depois com “O Tempo e o Vento” e “Olhai os Lírios do Campo”. O que me deixou muito curioso para fazer a leitura destas obras afinal, um livro tão enfadonho e depois sucessos de crítica deste tamanho só podem indicar um amadurecimento muito grande!

sábado, 14 de março de 2009

Clarissa - Erico Verissimo

Serei eu o inaugurador oficial dos posts sobre Clarissa? Que honra...

Vamos lá: indiquei a leitura de Clarissa pensando em alguns apontamentos feitos por demais integrantes do grupo, tais como um livro mais antigo para fazer um contraponto com a atualidade. Clarissa é uma personagem ótima para isso. Logo no início o narrador da história já revela quem é ela: uma menina que está prestes a fazer 14 anos de idade, inocente e sonhadora. Isso se prova quando o fluxo de consciência da protagonista se faz presente na narrativa.

Já havia lido Clarissa não sei há quantos anos, por isso achei que o momento que vivemos daria um bom contraponto com a obra. E ainda nem sabia da notícia da menina de 9 anos que engravidou de gêmeos após ser estuprada pelo padrasto, do médico que realizou um aborto e depois foi excomungado. Espraguejei a “Santa” Igreja Católica até não poder mais. Entretanto, um amigo me disse “Isso é bom, faz as pessoas sentirem mais ódio da Igreja e se afastarem cada vez mais”. Tive que concordar. Abaixo a alienação religiosa. Mas isso é assunto pra outro post...

O interessante é que Clarissa, menina interiorana, bobinha até, vai estudar em Porto Alegre, a capital, e morar com sua tia numa pensão, onde há várias pessoas, várias culturas, várias diferenças convivendo diariamente, dividindo um mesmo espaço. Isso maravilha Clarissa, que viaja em seus pensamentos, talvez até se perca um pouco, mas ao se perder se encontra novamente, já em outro lugar, o que significa mudança, evolução. Clarissa tenta entender o mundo que a cerca, um mundo estranho, às vezes cruel, como para o vizinho Tinoco, às vezes delicado, como o presente de seu Amaro. Clarissa tenta entender as pessoas a sua volta, que estão sempre reclamando, sempre lutando, algumas meio tristes, outras brigando, outras misteriosas. Clarissa tenta entender a si própria, as mudanças no seu corpo e mente e aquela sua vontade de viver, de conhecer lugares diferentes, de sentir emoções diferentes, e de ser admirada pelos rapazes e arrumar um namorado. Aqui saliento novamente, ele faz 14 anos no decorrer da narrativa. Aliás, o presente que sua mãe lhe dá é a autorização para usar sapatos de salto. Alguma semelhança com a atualidade?

A mim mesmo perguntei e agora pergunto a vós, leitores, ainda existem pessoas inocentes como Clarissa? A história se passa no início do século XX, é verdade, quase 100 atrás, os tempos são outros, as necessidades são outras, incluindo a de ser precoce para atingir maior sucesso. Será isso positivo? Não fará falta a inocência, a descoberta de um mundo diferente no mesmo mundo em que sempre vivemos, o deslumbramento?

Pensei e pensei e lembrei que já fui inocente, infantil, bobo, e todas essas etapas da minha vida foram importantes. Se um dia tiver filh@s (uso arroba para não determinar gênero) espero que passem por todas essas fazes também, pois acredito que fazem falta, sim. Hoje perdi muito da inocência, eu acho, mas tento sempre manter o deslumbramento de que Jostein Gaarder diz serem feitas as crianças e os filósofos. Um pouco pretensioso, reconheço. Mas a vida não tem graça sem poesia, pelo menos não a minha...
Lembrei também de uma colega que tive no Ensino Médio. Uma menina linda e gostosa (os conceitos são diferentes, dependendo de quem fala, principalmente). Se ela quisesse, poderia ser femme fatale. Mas ela era tão inocente, tão pura em sua forma de conduzir a vida!

Finalizando o post (leitores, lei até o fim, por favor), Clarissa é um livro ótimo para repensarmos o deslumbramento com a vida. Não há grande metafísica, isso ficaria para o Erico Verissimo mais maduro, visto que Clarissa foi sua segunda publicação e primeiro romance. E a história de Clarissa segue, característica do autor de dar continuidade às vidas de suas personagens, no livro Música ao longe. Se quiserdes, podeis ler também Caminhos cruzados e Um lugar ao sol, nessa ordem mesmo. E a história ainda segue, mas confesso que só li até aí...

Boa leitura a tod@s!

sábado, 7 de março de 2009

A paixão segundo G.H.

É esse o título do livro que acabei de ler. O livro mais difícil, denso e perigoso que já li. É um livro sem volta, depois que você leu, a vida não é mais a mesma. Caio Fernando Abreu escreveu, no conto Eles, que está no livro O ovo apunhalado, que ver é irreversível. Clarice Lispector, a autora do livro do título, faz com que vejamos.
A história é de uma simplicidade imbecil, até mesmo: uma mulher, G.H., entra no quarto que pertencera a sua empregada para arrumá-lo. Mas a empregada o mantinha arrumado, entretanto, não como ela gostaria. Ela se sente desolcada em sua própria casa. E vê uma barata, e sente medo. Então faz as mais profundas e simples divagações filosóficas sobre ser e existir. O que acontece com ela e a barata eu não conto, só lendo para saber.
Clarice é uma deusa, uma feiticeira, pois suas palavras enfeitiçam. Ela constroi, depois desconstroi e destroi para novamente construir e destruir e reconstruir e desconstruir. Ela acaba com o que há dentro de nós. E depois preenche. Ela escreve com as mais simples palavras, as coisas mais banais, mas vai fundo nas agonias de ser e existir. Podemos sentir a dor dela ao ler, a imensidão de sua compreensão de mundo e de pessoas, de almas, de ser, de existir, de transcender.
Confesso que tive medo.
Ler Clarice é uma experiência singular e imprescindível. Ler A paixão segundo G.H. é sofrer todas as dores da humanidade e crescer imensamente. É uma experiência de paixão.Pra terminar este breve comentário louco, quero transcrever um pedaço do conto do Caio já referido:"
-Deixa que a loucura escorra em tuas
veias. E quando te ferirem, deixa que
o sangue jorre enlouquecendo também
os que te feriram."
Clarice o fez. Eu a feri. Ela me enlouqueceu.

terça-feira, 3 de março de 2009

A Baia do Trovao

A primeira novidade deste post aos nobres leitores é que este será sem spoiller, peço desculpas por eventualmente ter estragado o prazer de alguém com os posts anteriores.

O livro conta a historia de um ex-xerife da região de Minessota, Cork O’Connor, dono de um restaurante a beira de um lago e investigador particular nas horas vagas, que recebe um pedido de seu velhíssimo amigo índio Henry Meloux, que ele vá procurar o seu filho, um filho nascido a mais de 70 anos e no qual o índio nunca pôs os olhos, apenas sabendo de sua existência através de visões, a única pista que o índio da ao investigador é o nome da mãe, calha do provável filho ser um multi milionário Canadense, após fazer uma visita ao canadense Cork da por encerrada a investigação, porem logo a seguir tentam matar Meloux.

Auxiliado pelo amigo e também ex-Xerife Wally Schanno e uma Policia Montada Canadense também aposentada investigam a fundo ate descobrirem toda a verdade por trás da trama.

Não é um mau livro, mas também não me empolgou, a historia avança sem grandes solavancos, mas falta um algo mais, o livro cumpre a obrigação de entreter mas não empolga.